Wittgenstein
FILOSÓFICAS”1
Ricardo Peraça Cavassane2
RESUMO
O pensamento de Ludwig Wittgenstein é comumente dividido em duas as fases: a do
“primeiro” Wittgenstein, representada por sua obra de juventude, o Tractatus LogicoPhilosophicus; e a do “segundo” ou “último” Wittgenstein, cuja obra principal é as Investigações
Filosóficas. Entre as duas fases não há transformação, mas ruptura e inovação. É evidente que há pontos de ligação conceitual entre as fases, mas a abordagem de suas observações acerca da linguagem – seu principal objeto de investigação – torna-se diametralmente oposta. Como se dá, no entanto, tal ruptura? O que levou este filósofo a desenvolver dois pensamentos tão distintos?
Compreendendo como se deu essa ruptura, poderemos apreender a natureza da crítica do segundo
Wittgenstein à primeira fase de seu pensamento.
Palavras-chave: Wittgenstein, Tractatus, Investigações, linguagem.
Introdução
Ludwig Wittgenstein é um dos muitos filósofos cujo pensamento pode ser dividido em diversas fases ou períodos – neste caso, são duas as fases: a do “primeiro” Wittgenstein, representada por sua obra de juventude, o Tractatus Logico-Philosophicus; e a do “segundo” ou
“último” Wittgenstein, cuja obra principal é as Investigações Filosóficas. – A maioria dos filósofos, porém, tem seu pensamento transformado ao longo do tempo. No caso de Wittgenstein, no entanto, entre as duas fases de sua filosofia não há transformação, mas ruptura e inovação, tanto em relação a si mesmo quanto em relação à tradição filosófica, a qual na primeira fase, seu pensamento está consoante. É evidente que há pontos de ligação conceitual entre ambas as fases, afinal trata-se ainda do mesmo filósofo; mas a abordagem de suas observações acerca da linguagem – seu principal objeto de investigação – torna-se diametralmente oposta. E examinando um pouco sua biografia3, podemos facilmente perceber que fatores contribuíram