Resumo São Bernardo
"Antes de iniciar este livro, imaginei construí-lo pela divisão do trabalho.
Dirigi-me a alguns amigos, e quase todos sentiram boa vontade em contribuir para o desenvolvimento das letras nacionais. [...] Estive uma semana bastante animado. [...] Mas o entusiasmo levou água na fervura, compreendi que não nos entendíamos. [...]"
(1985, RAMOS, Graciliano. São Bernardo, pág. 7)
A princípio tudo ia bem, não houve nenhum desentendimento entre eles. A conversa era longa, mas cada um prestava atenção às suas próprias palavras. Paulo, sempre entusiasmado com o assunto, esquecia a natureza de Azevedo Gondim e chegava a considerá-lo uma folha de papel destinada a receber as ideias confusas que fervilhavam a sua cabeça.
O resultado foi um desastre. Quinze dias depois do primeiro encontro, Gondim apresentou-lhe dois capítulos tão cheio de besteiras que Paulo se zangou.
“Paulo Honório é um homem violento e arrogante que dedica sua vida ao trabalho. Para conseguir o que quer, pratica diversos atos antiéticos, sem medir meios ou esforços."
"[...] Abandonei a empresa, mas um dia destes ouvi novo pio de coruja - e iniciei a composição de repente, valendo-me dos meus próprios recursos e sem indagar se isto me traz qualquer vantagem direta ou indireta. [...]"
(1985, RAMOS, Graciliano. São Bernardo, pág. 10)
Paulo abandonou a empresa e privou-se da cooperação do Padre Silvestre, João Nogueira e Gondim, seus amigos com quem esperava contar no início, até porque há situações sobre a sua vida que ele não contaria cara a cara para ninguém. Algumas coisas foram contadas aqui, porque a obra será publicada com pseudônimo. Talvez ele tenha deixado de contar