Resumo sobre "Um discurso sobre as ciências", de Boaventura de Sousa Santos

1822 palavras 8 páginas
No primeiro momento, quando analisamos a situação atual das ciências, temos a impressão de que, entre os últimos 30 anos e os séculos que nos precederam (do XVI ao XIX) há uma distância enorme. No segundo momento, porém, se prestarmos atenção, vamos perceber que os grandes cientistas que fundaram o campo teórico que ainda hoje nos orienta, “viveram ou trabalharam entre o século XVIII e os primeiros 20 anos do século XX”. Da mesma forma, projetando o olhar no futuro, temos igualmente duas imagens contraditórias: a facilidade tecnológica, nos permitindo o alcance de conhecimentos acumulados, como se já vivêssemos no século XXI; por outro lado, impõe-se uma discussão sobre os limites éticos do saber científico, em face de prováveis ameaças à chegada do século XXI, tais como uma catástrofe ecológica ou uma guerra nuclear. Boaventura argumenta então que é necessário voltar às coisas simples, formulando perguntas simples. É preciso questionar o que hoje consideramos óbvio e reconstruir nossos conceitos. Hoje estamos descrentes do poder do conhecimento de melhorar a vida humana. O conhecimento não está dando conta de resolver os nossos problemas (estes causados pelo próprio conhecimento). Ex: falta de água em SP. “Estamos no fim de um ciclo de hegemonia de certa ordem científica”. Boaventura diz que começa a deixar de fazer sentido a distinção entre ciências naturais e ciências sociais, tendo, estas, grande contribuição para o redirecionamento do conhecimento: convenciona-se chamar de humanidades e questiona as verdades absolutas. Assim, ele apresenta suas hipóteses de trabalho em três etapas:

1. Caracteriza a atual ordem científica predominante; 2. Analisa os sinais da crise; 3. Vislumbrar a emergência de uma nova ordem. O intercâmbio de saberes é que vai contribuir para esse novo direcionamento.
O paradigma dominante O paradigma científico do final do século XIX procura estabelecer leis universais. “É um conhecimento causal que aspira à formação de

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