Resumo sobre a obra: SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências. Edições Afrontamento. 9º Ed. Porto, Abril de 1997.
O primeiro passo, para entendermos o que o autor coloca como transição, é entender o que é paradigma, esse que se trata de percepções e valores que formam uma determinada visão da realidade, uma visão que é a base do modo como uma sociedade se organiza, a partir desse ponto teremos clareza quando ele fala que houve uma mudança de paradigma e por conseqüência o surgimento da Ciência Moderna e posteriormente grandes transformações sobre o que é “a verdade”.
Foi no séc. XVI que a Ciência Moderna nasceu, fundamentada no modelo de racionalidade, o pensamento que era respaldado no senso comum, passa a ser científico; tudo que os indivíduos e a coletividade criam e utilizam para dar sentido às práticas é entendido como o conhecimento ordinário (ou vulgar), o qual a ciência moderna considera irrelevante, essa ordem perdurou por séculos, ainda que tenham ocorrido grandes transformações.
O autor vai relatar um percurso analítico a respeito do fim de um ciclo hegemônico de uma ordem científica. Analisando os sinais da crise dessa hegemonia, fazendo a distinção entre as condições teóricas e as condições sociológicas da crise. Finalizando com perfil de uma nova ordem científica emergente.
“... estamos de novo perplexos, perdemos a confiança epistemológica; instalou-se em nós uma sensação de perda irreparável tanto mais estranha quanto não sabemos ao certo o que estamos em vias de perder; admitimos mesmo, noutros momentos, que essa sensação de perda seja apenas a cortina de medo atrás da qual se escondem as novas abundancias da nossa vida individual e coletiva. Mas mesmo aí volta a perplexidade de não sabermos o que abundará em nós nessa abundância.” (Pag. 8)
O autor fez um percurso conduzido pelas seguintes hipóteses de trabalho:
Primeira: a distinção entre as ciências naturais e ciências sociais começa a deixar de