Resumo sobre Platão
Na República, Platão define a justiça como a vontade de um cidadão de exercer sua profissão e atingir seu nível pré-determinado e não interferir em outros assuntos, para que a justiça tenha alguma validade, ela terá que ser uma virtude e contribuir de modo constitutivo para a boa vida de quem é justo.
Na filosofia de Platão, é possível visualizar duas modalidades de justiça: uma, absoluta, e outra, relativa. A absoluta, ou divina, é a justiça perfeita que se reserva às almas no pós-morte e tem o caráter de recompensar o bem com o bem e o mal com o mal. A justiça relativa é a justiça humana que espelha-se nos princípios da alma e tenta dela se aproximar. Platão situa a justiça humana como uma virtude indispensável à vida em comunidade, é ela que propicia a convivência harmônica e cooperativa entre os seres humanos em coletividade.
A base de sustentação do Estado é o estabelecimento da justiça entre as pessoas. Para Platão, o indivíduo e a Pólis devem se integrar numa correspondência harmoniosa. O indivíduo não deve visar apenas o seu bem particular, mas deve visar, sempre, o bem comum, o bem da Pólis. A luta pelo bem comum não é a luta contra o bem individual, já que ela permite que o todo prevaleça e, assim sendo, que o individual também tenha seu espaço preservado. Se o indivíduo não renuncia a parte de sua individualidade, a sociedade pode deixar simplesmente de existir.
A justiça diz respeito a uma atividade interna do homem, aquilo que ele verdadeiramente é. A justiça não deve permitir que qualquer uma das partes internas da alma se dedique a tarefas alheias nem que interfiram umas das outras. A justiça consiste em dispor, de acordo com a natureza, os elementos da alma, para serem dominados ou dominar