Resumo sobre platão
Platão vive em um momento político específico da vida na pólis[1]: a democracia (ou a decadência desse sistema). Lugar onde o conjunto de cidadãos decide os rumos da Cidade-Estado e discutem e chegam a um consenso. A pólis “(...) não era um local, embora ocupasse território definido; eram as pessoas atuando concertadamente e que, portanto, tinham de reunir-se e tratar de problemas face a face” (SARDI, 1995:40). Apesar disso, a individualidade aqui está submetida à vida coletiva: o bem da cidade tem primazia sobre o bem individual. Isto fica claro no diálogo Críton[2], onde Sócrates nega-se a fugir da prisão, pois, para ele, a harmonia da pólis é mais necessária e superior ao não cumprimento de uma lei (ou o “bem” individual) onde, assim, poderia causar uma desarmonia na Cidade-Estado. Porém, cidadãos aqui são aqueles que detêm o poder material, os proprietários, não-estrangeiros, livres, sendo apenas homens[3] a exercerem esse poder. Platão surge como um crítico dessa sociedade, vendo que não se define as funções dentro da sociedade pelas condições sócio-econômicas de cada indivíduo. Pois vê que mesmo os cidadãos, ainda se encontravam no plano da doxa (opinião), que para Platão era falsa, passível de erro, pois apoiada no plano material, sensível.
Cria uma cidade perfeita, utópica – expressa na República – onde os indivíduos viveriam em harmonia entre si e no conjunto da pólis, de forma justa. Para isso, Platão propõe um “método”: todos os indivíduos partiriam das mesmas condições e seriam educados a fim de reconhecerem a si próprios e encontrarem-se exatamente de acordo com as suas especificidades, ou seja, haveria o reconhecimento das “qualidades” de suas almas. As almas seriam reconhecidas conforme a evolução de cada indivíduo em relação a sua elevação e aproximação ao mundo das Idéias. Não só uma crítica à sociedade vigente, mas a criação de uma sociedade justa, perfeita, onde o saber (Idéia) seria o guia dessa organização.