Resumo Skinner - Maquiavel

922 palavras 4 páginas
Maquiavel de Quentin Skinner São Paulo: Editora Brasiliense, 1988 por Maria Tereza Sadek A recente publicação do estudo de Quentin Skinner, Maquiavel, vem enriquecer o acervo de obras em português sobre o pensamento político clássico. Trata-sede livro admirável e original, valorizado sobremaneira com o cuidadoso trabalho de tradução elaborado pela Prof â M. Lucia Montes. Após quase 500 anos da primeira edição de O Príncipe ─ obra magistral do mestre florentino ─ permanece viva a idéia de ser infindável a possibilidade de desvendar os meandros de sua construção analítica. Muitos arriscaram apreender o recado do escritor renascentista. Nesta instigante empreitada, que se inicia no próprio século XVI, Maquiavel foi alvo das mais diferentes e díspares interpretações. Sofreu ataques, sua obra foi acusada de inspirar atos ignominiosos, e do índex papal passou à história travestido com um dos mais temíveis adjetivos ─ maquiavélico. Tal reputação atravessou as fronteiras da Itália, ocupou o continente europeu e daí expandiu-se, desconhecendo limites geográficos e lingüísticos. A pecha do maquiavelismo sobreviveu às disputas entre jesuítas e protestantes e alojou-se no embate político, sempre como uma forma torpe e eficaz de caracterizar moralmente o adversário. E mais ainda: os termos maquiavélico e maquiavelismo não se restringiram sequer ao universo da política ─ habitaram, sem cerimônia, o mundo das relações privadas.
Não se pense, contudo, que Maquiavel com seus escritos esteve somente sujeito às interpretações que justificam a malignidade. Nem mesmo que a secularização dos últimos tempos libertaram-no do opróbrio moralista. Ao lado das mais ferozes condenações, muitos procuraram com igual paixão regenerar sua imagem, apontando os objetivos democráticos do primeiro grande analista político da modernidade. Rousseau encabeça uma longa lista, cerrando fileiras contra aqueles que vêem em Maquiavel o inspirador da tirania, o mestre do mal.
Face a tantas e tão

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