Em plena Campanha Abolocionista, no interior de São Paulo,na Fazenda Araruna, morava a família do Coronel Ferreira, homem áspero, que punha o seu direito acima de qualquer outro, considerando os escravos como animais de serviço. Sua esposa, Dona Cândida,o filho Luís,menino fraco e doentio e Sinhá-Moça,bela na aparência e na alma,faziam parte desta família.Ela era o único abrandamento da má vida dos escravos de seu pai. Em momento de grandes injustiças contra os negros, Sinhá-Moça entrava na senzala e os infelizes, tocados pela presença dela, resignavam-se.Certo dia, Sinhá-Moça amanheceu tristonha , pois não suportava mais ver o sofrimento dos negros. Seu pai, querendo saber o motivo da mudança de sua filha, ameaçou chicotear Virgínia, velha mucama,julgando-a culpada. Sinhá-moça,chorando, defendeu a mucama, confessando ao pai os seu ideais pela liberdade dos cativos, com voz altiva. O pai, desgostoso com a atitude da filha, exige que ela não saia mais do quarto . O Frei José,vigário abolicionista da paróquia local, apreensivo com a ausência da família nas reuniões da igreja, e em particular da moça, foi à fazenda. Ao chegar, os negros chorando pediram que o vigário aconselhasse o Coronel para libertar a jovem .O Frei conseguiu convencer o pai da moça e ao partir, segredou à Sinhá-Moça que um dos filhos de Dr. Fontes, o Rodolfo, rapaz rico, formado recentemente em Direito e também adepto dos ideais abolocionistas, estava interessado nela. Na festa do dia de São Paulo,a igreja resplandecia como num dia de Natal. Dr. Rodolfo, encantado, procurou Sinhá-Moça para conversar. Ela,sentindo a aproximação dele,estremeceu. Conversaram sobre a festa e ela pediu para se retirar,pois os pais a aguardavam para ir embora. Ao voltar para a fazenda,o Coronel Ferreira tratou como um animal o escravo colcheiro Justino, irmão de Fulgêncio, o qual enlouquecera devido às surras recebidas na fazenda. Justino desafiava com o olhar frio o fazendeiro , algoz dos negros, e aguardava o momento