Do pronome nulo ao pleno
Acadêmico: André Gomes Dias
Resumo:
DO PRONOME NULO AO PRONOME PLENO: A TRAJETÓRIA DO SUJEITO NO PORTUGUÊS DO BRASIL
Maria Eugênia Lamoglia Duarte Chomsky estabeleceu o princípio “pro-drop” para línguas que apresentam sujeito nulo. Esse princípio parte do elemento de concordância para distinguir as línguas nesse particular. Porém, segundo Jaeggli e Safir (1987), o que licencia o sujeito nulo não seria exatamente o elemento de concordância, mas a uniformidade morfológica dos paradigmas verbais de uma língua.
Para Roberts (1993) um paradigma funcionalmente rico permite, igualmente, o sujeito nulo se apenas uma pessoa for distinta das demais pessoas.
O português do Brasil evoluiu de um sistema que distinguia seis formas verbais para um sistema com apenas quatro formas verbais. Podendo esse, coexistir com um outro paradigma que distingue apenas três formas verbais com o uso cada vez mais frequente na fala de jovens que usam a expressão “a gente” com formas verbais da terceira pessoa do singular. Para esse paradigma que se pretende esta pesquisa para saber o que favorece o uso do sujeito pronominal pleno ou nulo.
Para essa pesquisa foram analisados dados de sete peças de diversos autores, entre eles, Miguel Falabella e Millôr Fernandes. Levando somente em conta sujeitos pronominais (nulos ou plenos).
Observou-se nos três primeiros períodos, a nítida preferência pelo sujeito nulo. Inicia-se a partir de 1918, uma queda do uso de sujeito nulo, acabando por inverter a frequência de sujeitos nulos e plenos nos textos de 1992.
A substituição da 2a pessoa direta (Tu) pela forma de tratamento (você) que toma emprestada as formas verbais da 3a pessoa, permite uma queda súbita, de 69% em 1918 para 25% em 1937 de uso de sujeito nulo. No uso da 2a pessoa direta temos 89% de sujeito nulo, enquanto o uso da forma indireta chega a 45%.
A 1a pessoa tanto do plural quanto do singular conservam suas desinências, mas a partir da segunda metade