Resumo Santo Agostinho preocupação com o estado
Conforme a filosofia agostiniana, a vida terrena deve ser valorizada como forma de corrigir os rumos de cada alma em particular, tudo a partir dos praecepta divinos. O poder político deve estar subordinado ao poder divino, ou seja, deve estar de acordo com o poder divino, interpretado por seus legítimos representantes. Tendo a política humana esse compromisso com o divino, o Estado passa a ser, portanto, o meio para a realização da lei eterna. A corrupção da alma humana é que impede o implemento imediato da ordem eterna sobre as coisas humanas. Se existe uma ordem divina, e se esta é desejada, pelo bem que é capaz de produzir, ela só não é alcançada pelo fato de que o homem é incapaz de se fazer conduzir por ela.
Segundo Santo Agostinho, o Estado teve sua origem quando o homem começou a viver em sociedade, pois o conceito e a finalidade do Estado está radicado no próprio homem. Para ele, o Estado será bom, justo e correto se os homens que o compõe forem movidos pela verdadeira justiça que se encontra somente em Deus. Esta é a condição necessária para que o Estado desempenhe com eficácia sua função de salvaguardar a segurança, a paz e a concórdia dos cidadãos.
A guerra e a desordem, bem como a vontade de dominação de um homem pelo outro, de um império pelo outro, causam os males de civilização.
A vida humana, no lugar de voltar-se para o crescente envolvimento com Deus, representa um desfile de atitudes que provam concretamente a ignorância das leis eternas (anarquias, guerras, roubos, assassínios, latrocínios, desmandos, autoritarismo, pilhagem, banditismo etc.). Agostinho vê neste estado de transitoriedade, neste conjunto disperso de eventos irracionais, um desprezo de Deus. Este é interpretado como constitutivo de um estado de coisas, chamado de humano, terreno, que recebe em sua teoria a designação de Cidade dos Homens (Civitas terrena). Ao estado de coisas humano, portanto, onde medram os pecados e o destempero