O objetivo deste artigo foi o de estudar como as crianças representam e elaboram os vínculos com os pais encarcerados devido a circunstância humilhante experimentada por elas na condição de filhos de presidiários. É necessário ir mais fundo na questão da população carcerária brasileira traçando seu perfil, pois é observado que a violência e a criminalidade estão cada vez mais associadas a questões sociais. No Brasil é notório que mencionar a questão de políticas públicas voltadas para segurança traz a possibilidade da garantia de voto no pleito, pelo que dessa forma, ocorre em nossos dias, uma supervalorização de todo mecanismo de segurança pública, não sendo observado o fator que causa a violência, mas, principalmente, o trabalho é voltado na tentativa de sanar seus efeitos. Porém existem alguns bons exemplos de políticas voltadas para esta área onde foram criados programas de aconselhamento e estabelecidas parcerias, como acontece no exemplo da implementação do policiamento comunitário. Com efeito, é possível notar que o fator segurança virou um negócio muito rentável onde empresas são criadas oferecendo seus serviços para quem pode pagar, e nesse mercado existem desde empresas de grande e pequeno porte até a formação de milícias vendendo uma suposta segurança, pois o Estado é falho em cumprir seu papel, devido a isso uma grande parcela da população fica desguarnecida de seus direitos relacionados à segurança e a profilaxia desta. O Estado tem um discurso paternalista quando se foca esta questão: sua maior preocupação é proteger o cidadão de “bem”, dando uma suposta legalidade ao discurso desses que tem o direito de não fazer nada, mas ficar na condição somente de ser protegido por esse sistema falho de segurança pública que é observado em nosso país. O Estado fica com a autoridade, como a de um pai, tendo o suposto papel de protetor e guardião. As penitenciárias estão abarrotadas de encarcerados em condições degradantes, sem políticas públicas consistentes para