Resumo parasitologia - protozoários
MORFOLOGIA: No hospedeiro vertebrado são encontradas intracelularmente as formas amastigotas, e extracelularmente as formas tripomastigotas presentes no sangue circulante. Ambas as formas são infectantes para vertebrados. Uma organela especial, o "cinetoplasto", que constitui uma mitocôndria modificada, rica em KDNA, é observada em todas as formas evolutivas do T. cruzi através de microscopia eletrônica. Os tripomastigotas sanguíneos apresentam variações morfológicas – polimorfismo – que guardam correlações importantes com outras características fisiológicas do parasito.
Os tripomastigotas delgados são menos capazes de desenvolver no vetor que os tripomastigotas largos. Também o tropismo celular difere entre eles. Tripomastigotas delgados parasitam de preferência células do sistema mononuclear fagocitário (SMF) do baço, fígado e medula óssea, sendo chamadas as cepas que assim se comportam de "macrofagotrópicas". Já as cepas que apresentam predomínio de formas largas têm tropismo para células musculares lisa, cardíaca e esquelética, sendo denominadas "miotrópicas".
Independentemente da morfologia de tripomastigotas predominantes, as formas delgadas do parasito seriam relativamente mais frequentes no início da infecção do hospedeiro vertebrado, quando ainda não existe uma imunidade humoral específica contra o parasito. Gradualmente estas formas seriam substituídas pelas formas largas, menos sensíveis a ação de anticorpos e que, portanto, passariam a predominar na fase mais tardia da infecção, quando a imunidade já se estabeleceu.
No hospedeiro invertebrado, são encontradas inicialmente formas arredondadas com flagelo circundando o corpo, denominadas esferomastigotas presentes no estômago e intestino do triatomíneo; formas epimastigotas presentes em todo o intestino e tripomastigotas presentes no reto. O tripomastígota metacíclico constitui a forma mais natural de infecção para o hospedeiro vertebrado.