RESUMO: Os dois pólos epistemológicos da atualidade
Arquitetura: tudo eram racionalidade e funcionalidade, ou seja, a justificativa de uma forma se baseava em sua performance funcional e a expressão estética deste purismo racionalista se traduziu pela predominância das linhas retas, dos largos horizontes, desprovidos de qualquer ornamentação inútil ou injustificável. Fica patente a afirmação de um certo particularismo ou da intenção de criar elementos únicos. O pós-modernismo nega o universalismo, a generalização. Na medida em que valoriza o caráter único e excepcional, é necessário, então, contar com outras vias de legitimidade diferentes daquelas pela racionalidade: a inspiração, o sentimento, a indeterminação, a polimorfologia, a polissemia, ou seja, vias que negam a razão totalizante, condição de toda generalização.
Obras de arte: faziam apelo a novos códigos de representação, mas sempre com uma preocupação clara de inteligibilidade, enquanto na proposta pós-moderna as significações devem ser fluidas, mutantes e permanentemente reatualizadas. O desconstrucionismo focaliza esta pluralidade quase infinita de sentidos.
Cinema: uma nova linguagem cinematográfica representada pela inexplicabilidade de cenas que não acrescentam nenhum sentido à linha narrativa principal.
Ciência: como a ciência é uma atividade constitucionalizada, esta nova atmosfera incide de forma mais lenta. Propõe uma teoria científica anarquista. As grandes inovações teóricas são muito mais fruto do acaso do que da ordem. Somente através do inesperado, da desordem, pode-se realmente abalar a estrutura hegemônica do conhecimento racional. O tom de sua obra beira à ironia e o sarcasmo, e manifesta, assim, uma total ausência de preocupação formal.
Ciências sociais: a nova proposta é reintroduzir a hermenêutica como um idioma comum à filosofia e à cultura nos anos 90, abrindo espaço para um conhecimento não hierarquizado, menos pretensioso em suas generalizações e mais atento às especificidades. Articula-se em