Fichamento do livro geografia e modernidade
09 01 Há aproximadamente três anos, um debate sobre a reforma do ensino secundário francês relançou uma antiga discussão em torno do papel e da importância da manutenção da geografia no currículo do ensino básico. (...) A geografia nunca teria produzido resultados suficientes para fazê-la figurar ao lado das disciplinas “verdadeiramente” científicas; ela pretende integrar quase todos os ramos do saber, mas na verdade não ultrapassa o patamar das relações banais entre natureza e cultura; jamais teria se libertado dos estreitos limites de uma tautologia empirista; e se satisfaz com análises simplistas de relações superficiais. (...)
09 e 10 02 Os geógrafos sublinharam os progressos relativos aos diversos domínios relacionados pelos críticos. (...) A resposta enfatizou, portanto, os aspectos relacionados à modernização de seus métodos, a nova perspectiva prospectiva e, sobretudo, a ruptura que foi operada com aquilo que se identifica como sendo a “velha” geografia. (...)
10 03 Geografia e modernidade, eis o eixo principal da questão. (...) Geografia tem justamente como principal tarefa apresentar uma imagem renovada do mundo, parece evidente que a geografia e a modernidade estejam intimamente ligadas. (...) Ela tem por meta apresentar uma visão global e coerente do mundo. (...)
10 e 11 04 (...) A geografia é o domínio do saber que procura integrar natureza e cultura dentro de um mesmo campo de interações. (...)
11 05 (...) A análise da modernidade geográfica deve, talvez, primeiramente passar pelo estudo das diferentes significações do conceito mesmo de moderno.
11 06 Nessa via, este discurso se obriga a anunciar algo de novo, uma solução substitutiva que, em princípio, poderá preencher as lacunas associadas ao diagnóstico mesmo da crise.
11 e 12 07 Em outros termos, a constatação de uma ciência insuficiente, limitada, pretensiosa e frágil é objeto de um verdadeiro consenso e os argumentos avançados são aceitos sem muitos protestos