Resumo: Formas de apropriação da arte na publicidade
Matheus da Rosa Cavalheiro*
Formas de apropriação da arte na publicidade
A Publicidade e as artes, geralmente possuem grandes diferenças, tanto no processo de produção como na divulgação de seus produtos. Anúncios publicitários visam um público alvo e, normalmente, passam por vários profissionais até chegar ao receptor, sofrendo imposição de limites ou restrições aos códigos verbais. Já as produções artísticas independem de processos coletivos, dando ao artista uma liberdade para desenvolver seu trabalho, sem precisar se diregir a um público específico. Mesmo tendo inúmeras divergências, as duas atividades compartilham códigos culturais, estreitando o vínculo entre as artes visuais e a linguagem publicitária.
A publicidade tem como seu principal objetivo, influenciar um determinado público, por isso sempre se inspirou em grandes artes, usando assim, um discurso já conhecido e facilitado a assimilação. Materiais culturais são usados com ponto de partida para a criação de peças e campanhas publicitárias, alguns são representados, outros reapresentados formando dois graus de apropriação: quando é o próprio objeto que entra em cena; ou quando ele é representado, usando seu conceito para fazer uma releitura.
Analisando exemplos da publicidade mundial, podem ser encontradas diversas formas de apropriação das imagens artísticas na comunicação publicitária. In the Car (1963), do artista Roy Lichtenstein, que baseava suas composições em commics, e possui uma representação gráfica de velocidade, foi utilizada como inspiração para a criação da campanha de lançamento do novo Golf GTI, da Volkswagem na Alemanha. Lá a montadora também utilizou algumas referências do artista Salvador Dalí na obra surrealista Jirafa en Ilhamas (1936/37), para representar o lançamento do carro econômico BlueMotion. Homem vitruviano de Da Vinci, Van Gogh, Tintoretto, Michelangelo, Bosch, inúmeras artes e artistas já foram utilizadas para anúncios e campanhas publicitárias de