Resumo do problema cosmológico - b. mondin
Para solução desses problemas, pode-se formular um duplo discurso: científico e filosófico. O científico propõe-se uma descrição dos fenômenos, interpretando-os segundo critérios lógicos, destinados a estabelecer entre eles uma ordem uma estrutura, uma lei de conservação e de evolução.
Já o filosófico apresenta-se uma interpretação geral dos fenômenos do universo, em sua natureza essencial, em suas propriedades, em seu fundamento último. Essa distinção tornou-se possível apenas com o surgimento das ciências experimentais, antes disso, as pesquisas dos metafísicos e os estudos dos astrônomos e físicos eram considerados partes da filosofia.
Tão logo o homem adquiriu o poder de refletir, começou a interrogar-se sobre a origem das coisas, fazendo perguntas que foram respondidas muito tempo antes de serem descobertos os instrumentos lógicos de pesquisa, próprios da Filosofia, utilizando-se expressivos do mito.
Os poemas de Homero e Hesíodo contém explicações cosmológicas de caráter mítico. Tales é o primeiro pensador que se questiona expressa e sistematicamente: “Qual a causa última, o princípio supremo de todas as coisas?”. Para responder essa questão não recorre a representações míticas, mas vale-se de conceitos filosóficos.
Por três séculos o problema cosmológico conserva a impostação ambígua que lhe foi dada por Tales, na qual o problema metafísico do princípio supremo de todas as coisas confunde-se com o problema cosmológico da origem e da estruturação deste mundo.
A distinção entre problema metafísico e problema cosmológico é percebida e lucidamente formulada por Platão. Ele distingue dois planos de realidade, um de ordem física (o do mundo material) e outro de ordem metafísica: o plano das Ideias.
Já de acordo com Aristóteles,