Resumo do livro O capital
“Transformação do dinheiro em capital” – assim Marx nomeia a seção II do livro: O Capital. Esta seção é o que se pode chamar de “ante-sala” que nos prepara para abandonar a esfera da circulação de mercadorias, imediatamente visível e acessível a todos os olhos, e ingressar no mundo oculto da produção capitalista, para ai desvendar o segredo da produção da mais-valia.
Quem se propõe a observar a sociedade capitalista, percebe que ela é fundada em relações comerciais entre os indivíduos, cujos interesses privados, particulares é o que os une e os leva a se relacionarem entre si. É no mundo das mercadorias, no mundo do mercado, e por meio dele que se tecem as relações entre os homens. Fora desse mundo as pessoas são reduzidas à mera condição de indivíduos.
Adam Smith, ao explicar a formação da propriedade privada recorre a uma pretensa acumulação primitiva pessoal que ocorreu em tempos que remontam ao surgimento das sociedades agrícolas e comerciais.
Marx não contrapõem simplesmente uma teoria diferente para explicar a origem da propriedade capitalista e suas leis inerentes de apropriação e distribuição do produto. Ele parte mesmo desse solo comum que o mundo da experiência vivida e a teoria econômica partilham para explicar as diferenças de riqueza entre os indivíduos.
Não se compra e se vende só uma única vez. Com efeito, o capitalista só pode se afirmar como tal se lançar constantemente dinheiro na circulação e dela retirar mercadorias para relançá-las novamente no mercado e recuperar o que antes adiantou como dinheiro. Se ele interrompe esse movimento, seu dinheiro se estaciona e não se valoriza. Do lado do trabalhador, este precisa vender recorrentemente sua capacidade de trabalho, pois se por algum motivo ele para de vende-la, não poderá ter acesso aos bens necessários à sua sobrevivência.
Marx passa a pensar o capital como um