Resumo do artigo: o sentido social do suicídio no trabalho – margarida barreto
As autoras começam o artigo explicando o que é o suicídio e seu precursor através dos séculos, mostram como em alguns países já foi lucrativo e em outros um escândalo. Apresentam de forma polissêmica, ou seja, possuidor de diversos significados, por exemplo: na Grécia antiga o suicídio era visto como uma morte voluntária não sendo um ato condenado e a partir do século XX até os dias de hoje o suicídio é visto como uma patologia. Elas relacionam também o suicídio com o trabalho, as relações de trabalho sofrem grandes transformações ao longo do tempo, tornando-se mais flexíveis e instáveis à medida que foram surgindo os contratos temporários, terceirizações, contrato de estágio e trabalhos part-time. Essa nova estrutura de trabalho gera competição, o não reconhecimento, a não autonomia, facilita-se a fragmentação da biografia laboral, a não criação de vínculos com colegas, ao isolamento, sendo a base do mal estar o responsável pelo aumento dos suicídios.
Na França, a maioria dos suicídios ocorrem entre homens de 44 a 54 anos que trabalham a mais de 5 anos na mesma empresa, já no Brasil houve um crescimento de 4 mortes por 100,000 habitantes. Estudiosos acreditam que há maior risco de suicídio em certas profissões de risco tais como médicos, bombeiros, etc. Finazzi (2009) e Orellano (2005) mostram a existência de relação entre as condições de trabalho, as reestruturações e as situações de desemprego com as condutas suicidas. Para Pezé (2001) e Alonzo (2000) é uma patologia do medo presente no ambiente de trabalho que leva a comportamentos de dominação ou submissão, criando um clima de competição, que é suportado somente pela perspectiva de manter o emprego. Para Orellano o trabalhador frente ao desemprego tem mais facilidade de tirar sua própria vida pois sente-se confuso, perdido, indeciso e desvinculado, fato que provem do contexto neoliberal que nos encontramos.
Abordagens para o suicídio