Resumo do artigo "Prestígio em Xeque"
Como atestam os estudiosos, a urbanização desenfreada, a partir do governo FHC, que gerou uma grande mobilidade social, e a crescente influência da mídia são consideradas pelos linguistas como pontos culminantes para a mescla entre as variedades linguísticas usadas por diferentes classes sociais, uma vez que as pôs em contato direto. Os autores atestam que, desde essa troca, os usuários da linguagem culta incorporaram ao seu repertório linguístico palavras e construções sintáticas que são consideradas como erro pela norma culta, de modo que hoje não se pode mais afirmar que a elite brasileira segue, de fato, as regras ditadas pela gramática normativa, algo que se acreditava no passado, tornando não mais tão ampla a diversidade intelectual entre as camadas sociais. Após essa constatação, surgem os projetos Nurc (Norma Urbana de Linguística culta) e o Programa de Estudos sobre o Uso da Língua. Os pesquisadores do Nurc, através de entrevistas gravadas em diferentes capitais do Brasil, realizaram estudos por décadas e chegaram à conclusão de que muitas são as dessemelhanças entre o culto falado e a norma padrão culta. Com o intuito de comprovar tais diligências, muitos exemplos são dados ao longo do texto. Para reforçar essa ideia, o Projeto de Estudo da Norma Urbana Linguística Culta também revela a heterogeneidade do português brasileiro. E segundo Ataliba (2013), é necessário que seja assim, caso contrário, a língua fugiria a sua verdadeira função. Através de todas essas análises, os pesquisadores que integram os projetos que estudam a morfologia e a sintaxe, como o Nurc, concluem que está se extinguindo tanto na fala quanto na escrita a língua consagrada pelos bons escritores ou influenciada pelo português lusitano e sendo gerada uma variedade culta contemporânea.