RESUMO - Desenvolvimento Psicológico e Educação. Transtornos de desenvolvimento e necessidades educativas especiais
César Coll, Álvaro Marchesi e Jesus Palacios PARTE 1- Da Linguagem da deficiência às escolas inclusivas
A educação especial viveu profundas transformações durante o século XX. Impulsionada pelos movimentos sociais que reivindicam mais igualdade entre todos os cidadãos e a superação de qualquer tipo de discriminação, incorporou-se, aos poucos, ao sistema educacional regular e buscou fórmulas que facilitassem a integração dos alunos com alguma deficiência.
Ao mesmo tempo, produziu-se uma profunda reflexão no campo educativo fazendo com que os problemas desses alunos fossem encarados a partir de um enfoque mais interativo, no qual a própria escola devia assumir sua responsabilidade diante dos problemas de aprendizagem que eles manifestavam. O conceito de necessidades educativas especiais (oposto de deficiências) e a ênfase na importância de que a escola se adapte à diversidade de seus alunos foi expressão dessa nova realidade.
As mudanças nas escolas, imprescindíveis para assegurar uma interação educativa positiva, não podiam proceder exclusivamente da reforma da educação especial. A constatação levou a um novo impulso da educação especial em torno das “escolas inclusivas”. O conceito de escolas inclusivas supõe uma maneira mais radical de entender a resposta educativa à diversidade dos alunos e baseia-se na defesa de seus direitos à integração e na necessidade de promover uma profunda reforma das escolas, que torne possível uma educação de qualidade para todos, sem nenhum tipo de exclusão.
Primeira metade do século XX:
Até meados do século XX as deficiências ou transtornos eram vistos como problema inerente à pessoa, com pouca possibilidade de intervenção educativa e de mudança.
Os testes de inteligência eram genéricos. Uma das primeiras escalas de inteligência (de Alfred Binet, 1904) serviu para separar as crianças que podiam frequentar a escola