Resumo: descobrindo crianças a abordagem gestáltica com crianças e adolescentes – violet oaklander
Maria Julieta Nóbrega Naffah apresenta a edição brasileira desta obra como um livro de terapia infantil de enfoque gestáltico em que a autora, Violet Oaklander, descreve sua prática clínica, na qual, “através de jogos mais ou menos dirigidos, procura abrir à criança um espaço à expressão livre de suas fantasias e sentimentos, para que, quase como uma conseqüência espontânea, possa emergir o conflito de base.” Em seu trabalho, Violet utiliza argila, areia, água, tinta, estórias, figuras, ferramentas, “toda uma gama de materiais lúdicos que lhe permite ver e responder às pistas dadas pelas crianças, funcionando como um continente à eclosão daquele sentimento ou daquela vivência, que, por alguma razão, a criança não se permite experimentar.” (pág. 7) Naffah aponta nos relatos de casos apresentados por Violet, “a erupção de várias linhas de associação de idéias, sempre caminhando no sentido de favorecer à criança a simbolização do conflito no qual se encontra enredada. O que nos mostra que, se a fantasia é seu campo de ação e se a expressão afetiva é o seu guia terapêutico, a experiência de Violet acaba conduzindo sempre à possibilidade de a criança exprimir em palavras aquilo que antes era sem nome e sem lugar. E, neste sentido, poder se situar melhor no complexo de circunstâncias que a cercam...” (pág. 7-8) Neste livro constam muitos relatos de crianças falando de si mesmas, com a honestidade que Violet lhes permite, revelando, como causa básica de muitas das dificuldades em que as crianças se envolvem, o fato de os adultos frequentemente lhes negarem informação e expressão, deixando-as confusas. A autora admite que as crianças com quem trabalhou lhe ensinaram muita coisa a respeito de si mesma. Portanto o livro é escrito, também, para os adultos que queiram entrar em contato com suas próprias infâncias em busca de uma melhor compreensão de si