Resumo Dejours

Para Freud, o trabalho atinge seu auge quando o trabalhador maximiza a produção do prazer a partir das fontes do

trabalho psíquico e intelectual. Ou seja, o trabalho pode ser uma fonte de satisfação pulsional e de sublimação (caso

tenha livre escolha), desde que tenha afetividade com o trabalho.

Freud aponta o trabalho como uma forma de dar vazão às pulsões do homem, que representam a sua fonte de

felicidade. No entanto, para que essa satisfação pulsional aconteça, é necessário que o trabalhador tenha afetividade

pelo seu trabalho – o que nem sempre ocorre. Além disso, o trabalho concede um espaço na sociedade para cada

trabalhador, definindo os grupos sociais. Assim, o trabalho tem uma função estruturante, possibilitando um destino para

a sublimação (pulsão).

Dejours diferencia o trabalho entre trabalho real (atividade de fato executada pelo indivíduo e que requer subjetividade

e interpretação) e trabalho prescrito (o que realmente é prescrito pela organização). Para ele, o trabalho sempre envolve

a criatividade em algum nível, além da interpretação que cada indivíduo faz sobre o trabalho prescrito. Por isso, todo

trabalho é realmente um trabalho real (de concepção).

Dejours afirma que o trabalho é, por definição, humano. A organização real do trabalho (trabalho prescrito) é um

produto das relações sociais – compromisso que exige mobilização do sujeito. Há três dimensões que não podem ser

completamente prescritas:

1) Engenhosidade: capacidade humana criativa de conseguir interpretar o que foi prescrito. O trabalho é a criação do

novo, do inédito. A elaboração do trabalho real implica o afastamento das prescrições para abrir espaço à interpretação.

Depende de iniciativa, criatividade e inventividade. Não se resume apenas em preparação cognitiva, mas também

corporal para o indivíduo conseguir enfrentar o que não está prescrito.rabalho (real)

Sofrimento (eu)

Reconhecimento (outro)

2) Mobilização