Resumo de O desenvolvimento da teoria do orgasmo, de Reich
Reich levou certo tempo para começar a prestar atenção e a entender sobre o “sentimento de vazio nos órgãos genitais” de seus pacientes, correspondente a uma retração da energia biológica.
Percebia que havia algo incompleto em suas análises e saia insatisfeito de reuniões, começando também a questionar algumas questões dos psicoterapeutas, inclusive de Freud.
Freud chamava de “neuroses atuais” as enfermidades causadas pelas perturbações presentes da vida sexual, ou seja, eram as manifestações de uma sexualidade reprimida. Para ele, o corpo tinha substâncias químicas de natureza sexual que, se não era adequadamente “metabolizadas”, produziam palpitações nervosas, irregularidade cardíaca, angústia, suor e outros sintomas do mecanismo da vida vegetativa. A neurose de angústia era resultado da abstinência sexual. Acreditava que toda psiconeurose se desenvolvia em torno de um “cerne neurótico atual”. É aí que Reich toma ponto de partida para seus próprios estudos da angústia estásica.
Reich concordava que as psiconeuroses tinham um cerne neurótico atual (estase), e que as neuroses estásicas tinham uma superestrutura psiconeurótica. Com o passar do tempo, e com suas observações em clínica, tornou-se claro que a intensidade de uma ideia psíquica depende da excitação somática momentânea à qual é associada. Pois a emoção tem origem nos instintos, ou seja, no campo somático, enquanto que uma ideia é uma formação não-física, apenas psíquica. Qual a relação entre as duas, então?
Uma ideia psíquica dotada de um mínimo que seja de energia, pode provocar um aumento de excitação, a qual tornará a ideia insistente e vívida. Quando cessa, a ideia também desaparece.
A neurose estásica, portanto, trata de uma perturbação física provocada pela excitação sexual inadequadamente resolvida ou insatisfeita. Sem uma inibição psíquica, a excitação sexual seria adequadamente descarregada. Uma inibição sexual normal, ou uma dificuldade na vida