Resumo de " A questão da técnica", Martin Heidegger
Em “A questão da técnica”, Heidegger trabalha na construção de um caminho. Desde o início, a técnica é diferenciada da essência da técnica: essência é o que faz “isso” ser “isso”, e ela não é mostrada pela determinação instrumental da técnica. Podemos definir, instintivamente e corretamente, que “a técnica é um meio para um fim e uma atividade humana, uma causa eficiente”. Heidegger, no entanto, pretende procurar o verdadeiro através e por dentro do correto, o que não pode ser respondido pelas ciências.
A techné (τέχνη), o saber fazer, expõe um meio para um fim. Faz parte da produção, pois conduz do encobrimento para o desencobrimento. Nós o chamamos de “verdade”, a qual geralmente entendemos como o correto de uma representação. A técnica é uma forma de desencobrimento, pois vigora no âmbito onde se dá a verdade, e é no desencobrimento que se funda toda a produção. No entanto, essa determinação não se aplica à técnica moderna, caracterizada pela automatização e a eficácia. No nosso tempo, a causa eficiente, que produz resultado, tende a ser a mais importante. O desencobrimento que domina a técnica moderna possui, como característica, o pôr, no sentido de explorar.
Segundo o autor, tudo que o desencobrimento explorador atingiu vige e vigora em modo de disponibilidade. O homem é quem realiza a exploração que desencobre o chamado real, como disponibilidade. Contudo, o homem não tem em seu poder o desencobrimento em que o real cada vez se mostra ou se esconde – isto diz respeito às energias da natureza. O desencobrimento em si mesmo, onde se desenvolve a disposição, nunca é um feito do homem. Desvendando o real, o homem apenas responde ao apelo do desencobrimento, mesmo que para contradizê-lo. Quando ele considera a natureza um setor de sua representação em suas investigações, ele está comprometido com uma forma de desencobrimento da técnica que o desafia a explorar a natureza, até que desapareça como objeto de