Resumo da segunda geração Modernista Brasileira : Prosa
Iniciada em 1930, com a publicação de “Alguma poesia” de Carlos Drummond de Andrade, e encerrada em 1945, a segunda geração modernista incorpora as conquistas de 22. O verso livre, a liberdade temática, a introdução do prosaico, do coloquial e do irônico no contexto poético, o antiacademicismo e o engajamento do escritor nas questões de seu tempo caracterizam tanto obras de Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Manuel Bandeira, principais representantes da primeira geração modernista, quanto obras dos poetas de 30, como Carlos Drummond de Andrade e Murilo Mendes. Os escritores da geração de 30, fazendo uma ponte com os da geração de 22, inserem as reivindicações e conquistas destes no panorama literário geral, agora mais amadurecido em termos de assimilação do modernismo.
Principais características:
Prolonga e aprofunda as propostas e realizações de 1922.
Concilia elementos da tradição e elementos de modernidade.
Concilia nacionalismo e universalismo.
Poetas de cosmovisão.
Engajamento dos escritores nas questões sociopolíticas de seu tempo.
Poema de sete faces
Carlos Drummond de Andrade
Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
As casas espiam os homens que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos.
O bonde passa cheio de pernas: pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos não perguntam nada.
O homem atrás do bigode é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos o homem atrás dos óculos e do bigode.
Meu Deus, por que me abandonaste se sabias que eu não era Deus, se sabias que eu era fraco.
Mundo mundo vasto mundo se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração.
Eu não devia te dizer mas essa lua mas esse conhaque botam a gente