Problemas Sociais No Rio De Janeiro
Entendendo que o Modernismo se consagrou como uma fase de ruptura e de destruição dos antigos parâmetros estéticos no mundo da arte, criando uma literatura autenticamente voltada para as raízes nacionais, afirmamos que a segunda fase foi além, considerando-se como uma fase de verdadeiro engajamento político por parte de seus representantes. Trata-se de uma época em que toda a ideologia estava voltada para a análise crítica da relação homem x sociedade. Por essa razão é também chamada de Neorrealista, uma vez que retoma, mesmo que de forma parcial, as ideias pregadas pelo Realismo/Naturalismo, porém não considera o homem somente como produto da raça, do meio e do momento, mas sim como um ser dotado de conflitos interiores, constituído de traços emocionais.
Dessa forma, seguindo essa linha de raciocínio, as criações artísticas, sobretudo na prosa, estão voltadas para o intimismo, caracterizado como uma espécie de sondagem interior e bastante influenciado pelas ideias freudianas, em ascensão naquela época. Sendo assim, de forma singular, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz, José Lins do Rego, Jorge Amado e Érico Veríssimo souberam expressar seus posicionamentos ideológicos e sua visão de mundo acerca da realidade brasileira, sobretudo a nordestina.
Quando falamos em tais posicionamentos, relembramos a importância de darmos ênfase ao panorama social, econômico e político que norteara a época em questão. Assim sendo, cabe reafirmar que entre os escritores, os que mais se sobressaíram foram os nordestinos, justamente pelo fato de retratarem a situação caótica que imperava naquela região. Enquanto o Sudeste e o Sul se vangloriavam com o crescimento econômico e político oriundo da chamada política do café-com-leite, os nordestinos viviam à mercê da própria sorte, convivendo com a seca cada vez mais brutal, bem como com a crise oriunda do