Resumo da Primeira Parte do Livro: Cultura, um trabalho antropológico
O dilema central da obra é “a conciliação da unidade biológica e a grande diversidade cultural da espécie humana”. Usando exemplos das culturas indígena, alemã e chinesa, o autor demonstra as diferenças existentes entre elas em diversos aspectos, principalmente sobre a organização familiar e sobre as tarefas inerentes a cada sexo. Tais diferenças foram explicadas com base no local onde esses povos habitavam ou por suas características biológicas, os chamados determinismo geográfico e biológico, respectivamente.
O determinismo biológico é caracterizado pela atribuição de características a um determinado grupo devido a sua etnia. Atualmente, esse conceito caiu em descrédito, já que os antropólogos afirmam que as diferenças genéticas não são decisivas para as diferenças culturais se apresentarem. Isso fica evidente quando observamos que as tarefas designadas a mulheres em algumas culturas são determinadas aos homens em outras. Portanto, nota-se que as divisões sexuais de trabalho são impostas culturalmente, através do processo chamado de endoculturação, processo de aprendizagem de uma cultura ao qual o indivíduo é submetido desde o momento do nascimento.
Já o determinismo geográfico consiste em explicar as diferenças entre os grupos com base nas distintas condições ambientais em que eles se encontram. Esse tipo de determinismo foi rechaçado por alguns antropólogos que perceberam uma limitação da influência geográfica sobre os fatores culturais e demonstraram a possibilidade de existir uma grande diversidade cultural dentro de um mesmo