Resumo da Obra Fédon de Platão
O filósofo não deve temer a morte, pois é a partir dela que ele se encontra com os deuses e as boas pessoas, se o mesmo teve uma vida virtuosa, privilegiando a alma e se isolando dos desejos do corpo. O filósofo vive em função de se dirigir à morte, portanto a morte é superior à vida e é através da morte, da libertação da materialidade e dos desejos carnais que o filósofo se encontra verdadeiramente capaz da máxima sabedoria. Mas não se deve chegar à morte através do suicídio, pois os homens pertencem aos deuses, e só a eles cabe decidir quando é a hora de cada um.
A alma existe desde antes de o corpo existir e não desaparece quando o corpo morre, ou seja, é imortal. Para provar isso, sabemos que todo contrário nasce do seu contrário: o adormecer vem do despertar, o grande nasce do pequeno, e vice-versa, ou seja, o vivo provém do morto, e o morto provém do vivo, se não houvesse esse ciclo eterno não haveria da onde gerar vida e então o mundo encontrar-se-ia imobilizado. Para que esse ciclo aconteça, a alma existe, em si mesma, no Hades, separada do corpo, sendo o princípio da vida.
Aprender nada mais é do que relembrar o que já foi aprendido, e para lembrar de algo é necessário que se tenha aprendido no passado, num mundo ideal. Os sentidos nos proporcionam conhecer um objeto pela semelhança para com os outros, mas este objeto é apenas uma cópia e nunca será como a ideia real do objeto, a essência, que existe no mundo das ideias, único lugar onde se encontra o conhecimento verdadeiro.
A alma, assim como as ideias, é simples; ambos são invisíveis aos nossos sentidos, não perecem e são aprendidas