Resumo Cap. 7 Raízes do Brasil
Esse fenômeno esta relacionado com a carência de mão de obra devido ao fim gradativo do trafico de escravos. Na lavoura de café, por volta de 1884, um escravo era responsável por 7 mil cafeeiros, ficaria por conta de 4,5 a 5 mil pés em uma plantação de cana. Sobraria tempo então para cuidar da plantação de mantimentos. O café era a única atividade verdadeiramente lucrativa e, portanto a única considerada dignificante. Isso explica a denominação desdenhosa de quitandeiros a quem se dedicasse a plantação de mantimentos, mesmo que obtivessem grandes lucros da atividade.
Também a lucratividade da lavoura de café impulsionava os fazendeiros a ampliar sempre suas plantações, desprezando tudo que pudesse distrair sua mão de obra. Em 1858, José Manuel da Fonseca do Senado do Império comentou que a plantação de café gerou em São Paulo o encarecimento dos gêneros alimentícios. Disse que quando o lavrador planta cana, também pode plantar feijão e outros gêneros, mas o café depois de crescido torna a terra improdutiva para outros gêneros.
Essa situação e o desenvolvimento das linhas férreas, junto a simplificação da produção, estreitam os laços entre a zona rural e a cidade, transformando o domínio agrário em um centro industrial e aproximando o fazendeiro de um “cidadino”. As regras da boa produção de café não são mais somente ensinadas de pai para filho, mas também na escola e nos livros.
A cultura do café não foi tão afetada pelo fim da abolição, pois já se preparava para o regime de trabalhadores remunerados. Aqui a urbanização foi rápida e abriu espaço para outras grandes mudanças. No norte, a catástrofe do açúcar que culminou em 13 de maio desagregou o domínio dos barões, que tiveram que se conformar com a