resumo cap 2
Depois do ato de cozinhar, talvez o canibalismo seja a segunda grande revolução na historia da comida, mas suas origens podem ser bem mais antigas que as do cozimento. O ato de comer não é apenas o ato de se alimentar para viver, é uma ação cultural, cria laços, libera energia, enfim, é considerado um ritual, e quando passou a ser um ritual ocorreu uma mudança revolucionária na historia humana. Desde os canibais, todos os que comem, buscam alimentos que acham que irão ampliar poderes, prolongar a vida, etc. As dietas e os hábitos alimentares interagem com a religião, moral e medicina; e, quem busca alimentar-se de comidas saudáveis, em busca de beleza, preparação física e saúde, podem ser considerados canibais.
De certo modo, os alimentos são considerados remédios, mas no mesmo sentido, podem ser considerados venenos semelhantemente, observando-se a premissa de que comida demais ou de menos faz mal, e pode levar a morte. A relação entre comida e saúde fica mais evidente quando doenças causadas por deficiências dietéticas podem ser tratadas com mudanças dietéticas, como por exemplo, uma deficiência de vitamina A, pode ser amenizada pelo consumo de alimentos que contenham boa quantidade da mesma.
A comida é produzida naturalmente, sendo que sua composição e propriedades variam de lugar para lugar. Dietas não equilibradas podem causar o aparecimento de algumas doenças, mas com a vasta sabedoria das sociedades, é pouco provável que a dieta provoque alguma doença.
A descoberta de que a comida serve para mais coisas além da alimentação, faz estar sempre em observação para a descoberta de meios de usar o alimento socialmente. Ela forma laços com os que comem as mesmas coisas, dá forma aos nossos corpos, nos faz relacionar com as pessoas, com a natureza, com a religião, etc. A obsessão pela dieta é uma flutuação da cultura, uma doença moderna que nenhuma comida saudável pode curar.