Resumo: BUENO Clodoaldo A nova potência do continente
A nova potência do continente - BUENO, Clodoaldo
I.
Neo-imperialismo e áreas de influência
As três décadas imediatamente anteriores à Primeira Guerra Mundial (1914-18), o crescimento industrial e comercial na Europa e nos EUA ensejou intensos movimentos internacionais de capitais. Poucas áreas do planeta não foram atingidas pelos investimentos capitalistas, num movimento tentacular.
De um modo ou de outra, isto é, através de aplicações em empresas ligadas à produção ou ao transporte, sobretudo estradas de ferro, ou investimentos em empresas financeiras, os capitalistas buscavam, nos então chamados países “novos”, rentabilidade que não mais conseguiam nos países de origem.
A configuração do capitalismo industrial e financeiro na segunda metade do século XIX levou a uma nova expansão europeia, geralmente conhecida como imperialismo econômico ou neoimperialismo.
A expansão decorria não só em virtude da saturação do mercado interno, mas, também, da necessidade de matérias-primas. O marco do início desse processo situa-se por volta de 1870.
O afã dos monopólios capitalistas em investir fora dos países de origem e a busca de saída para os produtos acabados teve como corolário o desenvolvimento dos impérios coloniais.
À medida que se aproximava o fim do século XIX, as questões de ordem financeira passaram a informar cada vez mais o relacionamento entre as nações. Interpretando e promovendo a riqueza do segmento burguês do respectivo país, os Estados irradiavam a concorrência interestadual a toda coletividade. Assim, conforme a economia evoluía, aumentavam também os conflitos diplomáticos. O comércio e os investimentos de capitais nos países novos levaram à criação, pelos Estados concorrentes, de zonas de influência, uma vez que em algumas áreas as inversões não trouxeram na sua esteira a dominação política.
II. A disputa interimperialista
Em fins do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, assistiu-se ao debilitamento do
predomínio