Resumo as diferentes configurações da dimensão sócio-educativa do serviço social brasileiro na sua trajetória histórica profissional
Ações com perspectivas de melhoria do nível de higiene e saúde das demandas e de sua educação cívica eram também tidas como sócioeducativas. Pode-se dizer que as assistentes sociais4 eram educadoras -conselheiras e/ou educadoras - disciplinadoras. A aplicação das técnicas e instrumentos para a operacionalização do trabalho eram inspiradas pela influência européia e especialmente norte americana5.
À expressão dessa prática educativa ABREU (2002) denominou pedagogia da ajuda, apresentando as características de tal prática plasmada em três vetores:
[...] psicologização das relações sociais; manipulação material e ideológica de necessidades sociais e recursos institucionais via estratégias de assistência social; e, combinação entre processos persuasivos e coercitivos para a obtenção da adesão e do consentimento ao “novo”ordenamento econômico e social sob o domínio do capital ( p. 107, grifo do autor).
Vale ressaltar que a pedagogia da ajuda pautava-se na “sociabilidade do favor”, em que o atendimento psicossocial individual da prática profissional era exercido e tido como benesse e não como direito, imprimindo à prática profissional uma relação clientelista, paternalista. Desenvolveram-se, pois, políticas setorizadas e transfiguradas em problemas sociais privados, em que paradoxalmente a dimensão individual e privada dos problemas sociais vivenciados era exaltada e reduzida. Tal idéia devia-se ao fato de que se depositava sobre o indivíduo a responsabilidade sobre as seqüelas da questão social e seu enfrentamento e por outro lado, “[...] como personalidade histórica, é esvaziada de razão, vontade e autonomia, devendo ser modelada a partir de mecanismos externos de integração social” (ABREU, 2002, p.87).