Resumo 1

Resumo
BARROS, José Augusto C. Pensando o processo saúde doença: a que responde o modelo biomédico? Revista Saúde e Sociedade. 11(1):67-84, 2002.
Os modelos explicativos do processo saúde-doença podem ser ilustrados a partir dos contextos os quais estavam inseridos. A medicina mágico-religiosa, praticada por feiticeiros, sacerdotes ou xamãs, se inseria num contexto religioso-mitológico. Deuses e espíritos eram os agentes provocadores de doenças. Esse enfoque é ainda aceito nos dias de hoje por algumas sociedades. Já na medicina empírico-racional, que teve seus primórdios no Egito, a doença passa a ser vista como um fenômeno natural sem interferência de forças divinas. O nascimento da filosofia, na Grécia Clássica, contribui para a formulação da explicação não sobrenatural para saúde e doença, principalmente por meio dos primeiros filósofos présocráticos. Eles se baseavam na teoria dos quatro elementos fundamentais (água, terra, fogo e ar), sendo Empédocles (490-430 AC) o pioneiro na concepção de mundo dessa maneira.
A Teoria dos Humores, criada por Hipócrates (460-377 AC), associava o processo saúde-doença com o equilíbrio-desequilíbrio dos quatro tipos de humores (bile amarela, bile negra, sangue e fleugma). A teoria humoral sobrevive nos dias de hoje na medicina tradicional tibetana e na medicina ayuvérdica e uniani indianas.
A Medicina Holística é embasada principalmente nas idéias de Alcmeon, filósofo contemporâneo de Pitágoras, que trabalhava a ideia de equilíbrio como interação de duas ou mais forças na etiologia das doenças. Conceitos como adequação da dieta, moderação e meditação faziam parte da escola de Alcmeon , como meio de se obter uma vida saudável.
A escola hipocrática aprofunda estratégias de recuperação da saúde, mas também de prevenção das doenças, com valorização do ambiente de trabalho, da habitação ou da dieta na determinação do bom estado de saúde.
A escola galênica foi responsável por concepções diagnóstico-terapêuticas que predominaram por