Responsabilidade social - um caso

Nos últimos anos, com o aumento das ações de responsabilidade social por parte das corporações capitalistas, muitas empresas optaram por criar institutos que canalizassem essas ações, elaborando e executando projetos, segundo seus interesses. A criação do instituto ora analisado segue os mesmos objetivos supracitados, sendo que uma de suas peculiaridades é o fato de ser financiado por uma holding, isto é, um conglomerado de empresas de um mesmo grupo de investidores, em sua maioria do setor de construção civil. Sendo assim, suas ações são pautadas segundo as demandas de cada uma dessas empresas, que “contratam” os serviços desse instituto durante a fase inicial de suas empreitadas. Em outros termos, antes de iniciar alguma construção, as empresas desse grupo convocam os profissionais do instituto para realizar um levantamento de demandas da comunidade circunvizinha ao empreendimento, com vistas à implementação de ações sociais para essa população. Atualmente, dentro da estrutura funcional do instituto, especificamente na área que realiza ações de responsabilidade social, duas profissionais se destacam: a coordenadora geral e a assistente social, ambas entrevistadas para que se pudesse avaliar qual a concepção de responsabilidade social dessa empresa. Além disso, foram entrevistados a primeira assistente social, que prestou assessoria à holding durante o processo de realocação que será analisado posteriormente, e dez moradores envolvidos nesse processo. Partindo das respostas das duas profissionais que ainda atuam no instituto, podemos analisar que essa empresa entende que a responsabilidade social está fortemente ligada aos conceitos de sustentabilidade e desenvolvimento social local, sempre associada a participação da comunidade no planejamento dos projetos. Logo, o público-alvo das ações são as comunidades circunvizinhas aos seus empreendimentos, sendo que o critério de inserção em seus projetos é a vulnerabilidade social, detectada durante o