Respeito ao consumidor
A propaganda, além de apresentar um produto, existe porque as empresas precisam convencer o consumidor de que o item vendido por elas é melhor que o da concorrência. Num mercado extremamente competitivo, os publicitários têm de lançar mão de técnicas cada vez mais criativas e inovadoras para cumprir sua missão.
“Ética na publicidade são várias coisas juntas, mas principalmente respeito ao consumidor quanto ao seu direito à informação verdadeira”. Quem afirma é Ana Cláudia Marques Govatto, publicitária e coordenadora dos cursos de comunicação do Centro Universitário Municipal de São Caetano-SP. Ela acrescenta que o compromisso com público, nos tempos atuais, é mais importante do que a criatividade pela simples criatividade. “Os criadores hoje pensam: temos 30 segundos para passar nossa mensagem com impacto. Ótimo. Essa é a máxima da propaganda desde sempre. Só que não pode ferir os valores da sociedade por causa disso. Há também a questão dos valores sociais e morais dos indivíduos”, adverte. Como exemplo, ela cita o comercial de um centro de manutenção automotivo na chamada propaganda de oportunidade. “O comercial televisivo incentivava o motorista a levar o carro para uma revisão antes de viajar. Mostrava jovens indo à praia e um interlocutor perguntando se eles haviam feito a revisão. Só que, no final, esse mesmo grupo de jovens arrancava com o carro em alta velocidade e sem cinto de segurança. Isso é clara falta de ética. De cuidado com o público. As empresas acabam pecando em algum ponto. Elas precisam rever o jeito de criar e incluir, sempre, a responsabilidade social na propaganda. Como em qualquer outra área, isso não é uma coisa isolada, mas uma gestão. A empresa que anuncia não será responsável socialmente se mantiver um programa beneficente e não for ética na sua relação com o público e em sua comunicação”, orienta.
Num país como o Brasil, onde 90% das residências têm um televisor, a questão da ética na propaganda ganha uma