Resistências Na África

Conferência na UNIRIO – 26/11/2009.
Agradecimentos à organização do II Seminário Nacional de Pós-Graduandos em
História das Instituições e da IV Semana de História da UNIRIO pelo convite e, claro, pela oportunidade de estar aqui hoje falando sobre África para vocês.
Tema: Colonialismo, tempo e espaço na África.
Objetivo:
Discutir 3 pontos ao longo dessa conferência que na minha opinião permitem ajustar o nosso olhar para um tema tão caro à historiografia africanista que é o tema da colonização. Alertar que apesar de parecer óbvio para o historiador a relação entre esses três elementos: colonialismo, tempo e espaço, nem sempre se têm olhado de forma articulada para eles.
Antes de apresentar os 3 pontos gostaria de deixar explícito o risco que as generalizações aqui também realizadas implicam.
Vamos aos pontos:
1 – Os diferentes colonialismos existentes na África.
2 – As diferentes resistências por parte dos africanos.
3 – A contestação nacional ao colonialismo.

1 – Do primeiro ponto: Diferentes colonialismos na África.
O que podemos ter de certa forma como uma generalização viável?
A África passou por uma experiência colonial relativamente curta no tempo decorrido, mas muito intensa no sentido das mudanças econômicas, sociais e culturais. É preciso considerar que, em alguns casos, a dominação colonial se deu no percurso de uma vida. Vale lembrar o caso de Mandande Moisés Machel, pai do primeiro presidente da República Popular de Moçambique, Samora Machel.
Nascido em finais da década de 1880, o velho Machel viveu seus primeiros anos sob a liderança do soberano Ngungunhana, até que em 1895 as tropas coloniais portuguesas derrotaram as forças militares de Gaza. Machel passaria então por longos 80 anos de jugo colonial, até que seu filho declarasse a independência de
Moçambique, em 1975. Sua longevidade, rara num continente de baixa expectativa de vida, lhe permitiria ainda saborear os primeiros anos da independência de

Moçambique. Em