Resenha
KOCH, Ingedore. A Coerência textual. 14ª ed. São Paulo: Contexto, 2002.
Danielly de Almeida Ferreira [2]
A coerência ou conectividade conceitual é a relação que se estabelece entre as partes de um texto, criando uma unidade de sentido. Ela é o resultado da solidariedade, da continuidade do sentido, do compromisso das partes que formam esse todo. Está ligada à compreensão, à possibilidade de interpretação daquilo que se diz. Ou seja, ela irá estabelecer uma melhor compreensão de um dado texto para o usuário, seja ela através da leitura ou escrita. Esse sentido, evidentemente, deve ser do todo, pois a coerência é global. A coerência caracteriza-se, portanto, por uma interdependência semântica entre os elementos constituintes de um texto. Ela é o resultado de processos mentais de apropriação do real e da configuração dos esquemas cognitivos que definem o nosso saber sobre o mundo.
Em um texto a relação que tem de ser estabelecida pode ser não só semântica (entre conteúdos), mas também pragmática, entre atos de fala, ou seja, entre ações que realizamos ao falar. Este fato é que levou Widdowson (1978) a dizer que a coerência seria a relação entre os atos de fala que as proposições realizam. No exemplo (16) de Widdowson o diálogo torna-se coerente, ou seja, só faz sentido, se considerarmos os atos de fala que cada enunciado realiza: quando o personagem A diz “O telefone!”, o personagem B entende como um pedido, (“O telefone está tocando. Você pode atender, por favor?”); B responde ao pedido com uma justificativa para não atender a solicitação de A (“ Não posso atender porque estou no banho”). A aceita a justificativa e pratica a ação que B possivelmente executaria se não estivesse ocupado.
No exemplo citado acima a base da coerência é a continuidade de sentidos entre os conhecimentos ativados pelas expressões do