Resenha
Inicialmente, o autor discute a aparente contradição existente entre a percepção quase unânime dos professores de ciências quanto à importância das atividades práticas de laboratório para a melhoria do ensino e a evidência da pouca ou nenhuma utilização deste recurso nas escolas brasileiras. Dessa forma, apresenta possíveis justificativas para a explicação desse quadro (falta de tempo, de manutenção e reposição de materiais, etc.). Mesmo os professores que se arriscam e improvisam atividades com matérias caseiros acabam desanimando em virtude dos resultados de pouca relevância que obtém para o aprendizado dos alunos.
A análise desta situação pelos pesquisadores indicou que a ineficiência das aulas práticas está associada ao modo como ela é conduzida usualmente nas escolas, algo classificado por eles como laboratório tradicional. Nas atividades práticas tradicionais, os alunos são orientados a seguirem um roteiro pré-determinado para execução da tarefa englobando (montagem dos equipamentos, fenômeno a ser observado, dados a serem medidos, resultados a serem encontrados, etc.). Muitas vezes, os alunos realizam a atividade sem compreender sua essência cuja expressão se encontra no tipo de montagem utilizada, de dados a serem coletados, de cálculos a serem feitos, etc. Os especialistas argumentam que este tipo de atividade acrescenta muito pouco para os estudantes, uma vez que tudo está previsto. Dessa forma, para eles as atividades se reduzem a apenas chegar à “resposta certa”. Além disso, a maior parte do tempo dedicado a estas atividades é perdida na montagem, coleta de dados e cálculos, restando pouco ou nenhum tempo para atividades que os pesquisadores consideram mais importantes como