Resenha
Trabalhadores Rurais Sem-Terra - Brasil. Ano 1, n. 1 p. 2 – 44, 1998.
O texto “A Territorialização do MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra” busca fazer uma discussão da questão agrária no Brasil. Para tal, o autor nos remete inicialmente a Ditadura Militar, período em que, a partir das políticas públicas implantadas, houve profundas transformações no campo, ocasionando conflitos e desigualdades que permanecem até os dias atuais.
(3)O autor divide o texto em seções, que facilita a compreensão, pois segue a ordem de acontecimento dos fatos iniciando com a Ditadura Militar, suas políticas de desenvolvimento e as transformações na Agricultura, e aborda aspectos pertinentes a discussão do texto, como o aumento da intensidade do caráter concentrador de terra, a gênese e (posteriormente a territorialização) do MST, a luta pelo direito a terra, e por fim, a discussão da questão Agrária.
(4)Fernandes inicia o texto, relembrando as transformações ocorridas no campo, a partir da ditadura militar, que privilegiaram os processos de industrialização da agricultura, em detrimento da agricultura tradicional. Para desenvolver a Agricultura capitalista, os militares criaram e “executaram” políticas, dentre elas um projeto de reforma Agrária, denominado de Estatuto da Terra (que já havia sido definido pouco antes do golpe, pelo grupo do Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais – IPES e do Instituto Brasileiro de Ação Democrática – IBAD). Segundo o autor, o Estatuto da Terra jamais seria implantado, era estratégico, como forma de controlar os movimentos sociais existentes, sob o discurso de ter um projeto – (que não se realizava) - intensificando assim a luta pela terra. Sobre esse mesmo período, o autor nos mostra, que com o objetivo de administrar o problema da terra, sem mexer na estrutura fundiária, foi criado o discurso dos “espaços vazios” do território nacional. A proposta era