RESENHA S O BERNARDO
As memórias de Paulo Honório.
São Bernardo, livro do escritor Graciliano Ramos (Ed. Record; 272 páginas), é um romance publicado no ano de 1934, caracterizando a segunda fase do movimento Modernista no Brasil, movimento este que ocorreu entre 1930-1945 e tem como principal característica a valorização do romance regionalista nordestino.
Nessa obra, assim como em outros romances do autor, ele destaca o drama social vivido pelo Nordeste, tais como a seca e a miséria, representando o drama particular do personagem-narrador que foi de ajudante de cego, caixeiro viajante até latifundiário. Porém é uma obra extremamente psicológica, com uma mistura do ‘’ser’’ e ‘’ter’’.
Narrado em primeira pessoa, a história gira em torno de Paulo Honório que, vindo de família pobre, filho de pais desconhecidos e criado por uma preta velha chamada Margarida, enriquece de forma desonesta e desumana. O exemplar começa quando o personagem-narrador completamente sozinho e arruinado decide escrever um livro contando sua história.
Durante a narrativa o personagem-narrador revela que foi preso por ter matado o amante de sua namorada, onde na prisão ele aprende a ler e a partir de então seu único objetivo é juntar dinheiro. Saindo da prisão, Paulo Honório enfrente todo tipo de dificuldade no sertão, porém enfrenta tudo com muita frieza e usando de meios desonestos. Após conseguir juntar algum dinheiro volta a sua terra natal com o intuito de adquirir a fazenda ‘’São Bernardo’’ onde havia trabalhado.
Dessa forma, começa uma amizade falsa com Luís Padilha, herdeiro da São Bernardo, com a intenção de fazê-lo falir. Tendo sucesso em seu plano Paulo consegue comprar a fazenda. Além disso, ele manda matar seu vizinho para poder aumentar os limites da fazenda, conseguindo assim deixa-la em uma excelente condição. Mas, sempre usando todos os meios que puder, passando em cima de quem for preciso e cometendo as