Resenha O contrato social- Livro IV

Na obra O contrato social, Rosseau se depara e tenta resolver questões ligadas à liberdade humana e à soberania, seja nas relações que os homens desenvolvem entre si, ou seja na constituição da sociedade. Inicialmente o livro primeiro começa tratando da mais antiga instituição social: a família.
É na família que os indivíduos têm o primeiro contato com os valores sociais que a sociedade apregoa, é o primeiro processo de transmissão de cultura. Cabe aos pais cuidarem dos filhos até que estes consigam prover seu próprio sustento, quando os filhos conseguem se sustentar, eles podem romper o vínculo familiar, porém se eles resolvem manter o vínculo, este é mantido por conveniência, eles possuem total liberdade para escolher entre a ruptura e o mantimento do vínculo familiar. Na família, os membros alienam sua liberdade em troca de sua utilidade, a alienação também ocorre na constituição de um Estado, porém há uma diferença, a questão do soberano sobre os demais membros da sociedade não possui vínculo sentimental como ocorre na família, no qual os sentimentos que os filhos nutrem pelos pais compensam os cuidados que estes lhes dispensam. Rosseau lida com questões de soberania, seja no campo patrimonial, lidando com questões no tocante à escravidão, ou seja na composição do Estado, na relação entre o soberano e seus súditos. Rosseau discorda de que os homens alienam sua liberdade gratuitamente, e mesmo que eles façam isso, não lhes é permitido alienar a liberdade de seus filhos. Isso contraria o pensamento Aristotélico de que o homem nasce escravo, o homem não nasce escravo, torna-se escravo por diversas circunstâncias como a autoridade de um homem sobre o outro, e muitas vezes, essa autoridade se faz através do uso da força, como no caso de guerras. A escravidão não dá ao vencedor o direito de escravizar os vencidos, pois na guerra estão em conflitos os Estados, o vencedor destrói os bens públicos do Estado vencido, porém conserva os direitos particulares, e nos