Resenha: e o cérebro criou o homem, de antónio r. damásio.
A conexão entre a mente e o “eu”, a qual Damásio caracteriza como “propriedade” e “proprietário”, respectivamente, tem intuito de mostrar que a consciência não é um estado de espírito, mas uma parte fixa do homem, não efêmera e sim permanente, que organiza as informações recebidas a todo o momento pelo nosso cérebro a fim de compreendê-las, mesmo que estas não sejam ordenadas ou claras.
A consciência não é algo que precisa de informações externas para existir, como o estudo. É quase como um sentido, que já nasce conosco e está intrinsecamente conectada com a mente. Nas palavras do próprio autor, “Sem a consciência – isto é, sem uma mente dotada de subjetividade –, você não teria como saber que existe, quanto mais saber quem você é e o que você pensa.”. Sem essa subjetividade, que provavelmente provém de seres bem mais simples que nós, humanos, muita coisa teria sido “perdida”, pois nem mesmo teriam chegado a existir. Não seriamos seres criativos, emotivos, cultos, conhecedores. A humanidade não teria se desenvolvido. Toda a visão do mesmo em relação ao que seríamos sem consciência, se resume em “Na ausência dela, nosso ponto de vista pessoal é suspenso, não sabemos que existimos, nem que existem outras coisas.". É explicado, para que a abordagem da visão do autor fique clara, dois legados importantes sobre o estudo da mente. O primeiro consiste em tentativas de achar a base neural da consciência, e começa aproximadamente na metade do século XX. Pesquisadores descobriram o tronco cerebral, uma parte do cérebro que