Resenha: A sujeição da renda da terra ao capital e o novo sentido da luta pela reforma agrária.
O que são as relações capitalistas de produção
A tendência do capital é a de tomar conta progressivamente de todos os ramos e setores da produção, no campo e na cidade, na agricultura e na indústria. (p. 31)
Quando falam expansão capitalismo no campo, as pessoas querem referir a duas coisas, pelos menos combinadas entre si: de um lado, uma massa crescente de camponeses, isto é, de lavradores autônomos cujas existências estão baseadas estritamente no seu trabalho e no de sua família, estaria sendo expulsa da terra, expropriada; de outro lado, em consequência, essa massa de lavradores estaria se transformando em massa de proletários rurais, de trabalhadores sem terra. (p. 32)
O principal da expansão do capitalismo é basicamente isso: os trabalhadores se transformam em trabalhadores livres, isto é, liberto de toda propriedade que não seja a propriedade da sua força de trabalho, da sua capacidade de trabalhar. Como já não são proprietários nem dos instrumentos de trabalho nem dos objetos, das matérias-primas, empregados no trabalho, não tem outra alternativa senão a de vender a sua força de trabalho ao capitalista, ao patrão. (p. 32)
Entre desiguais não há possibilidade de contrato, há dominação. Por isso, no capitalismo, só é pessoa quem troca quem tem o que trocar e tem liberdade para fazê-lo. (p. 32)
Nós sabemos que só o trabalho cria valor, criar riqueza, e que esse valor se mede pelo numero de horas de trabalho socialmente necessárias à produção da mercadoria. A função do trabalho é a de recriar o trabalhador, fazer com que o homem que trabalha reapareça como trabalhador do capital. Assim ele recria ao mesmo tempo a sua liberdade e a sua sujeição. Ele se mantém livre dos instrumentos e dos materiais de que necessita para trabalhar, já que o trabalho só existe pela sua combinação com esses meios de produção que não são propriedade do trabalhador e sim do capital. (P.