Resenha - A solidão dos moribundos - Norbert Elias
Nobert Elias, em seu livro A Solidão dos Moribundos, discorre sobre a questão da morte e como as pessoas lidam com ela. Logo no primeiro capítulo, o autor exprime duas atitudes recorrentes sobre a ideia da morte, que é a repressão ou a aceitação, ou seja, enquanto algumas pessoas passam a vida inteira ignorando o fato de que vão morrer, outras simplesmente aceitam o fato e vivem a partir disso. A ideia da morte ultrapassa o conceito de ‘’fim da vida’’ a partir do momento em que pessoas, ainda vivas, estão morrendo gradualmente. É o caso dos moribundos que se isolam da vida e dos seres humanos em geral, tornando a morte não só difícil para si mesmo, mas para todos que se importam com ele. Atualmente o compartilhamento de sofrimento aumentou se comparado com as épocas passadas, hoje em dia o indivíduo coloca-se no lugar do moribundo e sofre com sua perda, mas ao mesmo tempo ainda há uma dificuldade de reconhecer a mortalidade e que todos vamos morrer. “O problema social da morte é especiamente difícil de resolver porque os vivos acham difícil identificar-se com os moribundos” (p.9). O problema da morte pertence aos vivos, são eles que lidam com a perda e com o fato de saber que vão morrer. Na verdade, o ser humano é o único animal que tem conhecimento que vai morrer e assim, a morte torna-se um problema.
II
No segundo capítulo, Nobert Elias trata da ideia da morte e seus rituais de socialização, isto é, os ritos e costumes que cada povo construiu em torno da ideia da morte. Nas sociedades antigas, formava-se um mito em torno da vida após a morte, dando sentido para perseguições religiosas, entre torturas, prisão e até mesmo a morte para grupos diferentes. O que observa-se nas sociedades mais desenvolvidas é uma atitude oposta, atualmente preza-se a segurança individual e o prolongamento da vida. Segundo o autor, o aumento da expectativa de vida é proporcional ao aumento da segurança, que inclui a prevenção e o tratamento de doenças, o aumento da