Resenha - A Lingua de Eulália
Emília, Vera e Silvia são universitárias e professoras de um curso primário em São Paulo e vão passar as férias de Julho em Atibaia, interior de São Paulo, na casa de Irene, professora aposentada, linguista e tia de Vera. Assim que chegaram, as moças criticam o português de Eulália, que anos antes fora empregada de Irene e que agora como amiga morava com ela. Assim, Irene resolve explicar questões linguísticas as universitárias e passa a esclarecer, através de aulas, que o preconceito linguístico não tem fundamento, pois a história da Língua Portuguesa passou por várias fases e cada uma delas explica o uso das diversas maneiras de falar. Irene explica que há muitas diferenças no modo falar como:
• Diferenças fonéticas: modo de pronunciar os sons da língua;
• Diferenças sintáticas: modo de organizar as frases, as orações e as partes que as compõem;
• Diferenças semânticas: no significado das palavras;
• Diferenças no uso da língua.
Assim, é necessário levar em conta as variáveis que envolvem o ser que está falando para podermos nomear sua fala, como sua cor, sexo, nível social, grau de instrução, dentre outros fatores.
Além de variar geograficamente, no espaço, toda língua também muda com o tempo. A mudança ao longo do tempo chama-se mudança diacrônica e a variação geográfica chama-se variação diatópica.
A norma padrão é o modelo ideal de língua que deve ser usado pelas autoridades, pelos órgãos oficiais, pelos escritores, jornalistas e também deve ser ensinado na escola.
Irene falou as universitárias sobre o mito da língua homogênea, ou seja, as multiplicidades linguísticas que existem e necessitam ser respeitadas, sendo que sua utilização não deve ser considerada errada, pois são modos diferentes de se falar a mesma língua, o que não prejudica o entendimento. Assim, aquilo que parece erro no português não padrão tem uma explicação científica e lógica, e acaba por incentivar o ensino da norma padrão, uma vez que esta foi criada para