Resenha A Batalha do Apocalipse
Eduardo Sporh esbanja talento nesse livro. Construindo de forma notável, criativa e apaixonante, uma trama de proporções épicas. Um belo trabalho que não fica nada a dever aos grandes nomes da “literatura de fantasia”, como: Terry Brooks, Emily Rodda, Licia Troisi, Christopher Paolini, entre outros. Em A Batalha do Apocalipse, o autor une o Livro do Gênesis e o Livro do Apocalípse bíblicos com singular ousadia. Sem ser pedante ou tendencioso, Eduardo Spohr não se apega ao canone místico, ou mitológico, da fé cristã para recriar as suas legiões de anjos, serafins e arcanjos. Despojado de qualquer dogma, vai além dos conceitos sobre a criação do universo, do nascimento do homem, do surgimento das civilizações, da missão do Messias, da angiologia, da demologia e da própria existência de Deus, descritos na Bíblia. Sua obra transcende o mito, a superstição, as lendas e até mesmo a fé, e desnuda um universo onde o gênero humano não passa de fantoche nas mãos dos gananciosos arcanjos. Ao ler A Batalha do Apocalipse, deixe de lado crenças religiosas e conceitos dogmáticos da fé. Considere que o livro se trata de uma obra de ficção, onde o autor expressa toda a sua genialidade literária. Desta forma, a leitura se tornará muito saborosa, trazendo-lhe uma satisfação ímpar. Esse é o melhor livro sobre o tema “Apocalipse” que já tive a oportunidade de ler. Eduardo Spohr prova que a literatura brasileira atingiu um novo nível autoral e uma qualidade narrativa impressionante. É, sem dúvida alguma, um modelo a ser seguido. A começar pela capa, com a excelente ilustração de Stephan Sölting, o livro possui um cuidadoso trabalho gráfico. A narrativa, em suas quase 600 páginas, é clara e concisa, com um estilo próprio, sem exageros ou excessos. Os personagens são condizentes com a trama, e nenhum deles, por mais simples que seja sua participação, fica sem uma apresentação adequada e esclarecedora dentro