Resenha Zygmund
BAUMAN, Zygmunt, Vida para consumo: a transformação das pessoas em mercadorias. Tradução: Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
2008, 190p.
Márcio Roberto Ghizzo
Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Maringá; bolsista pela Fundação Araucária.
Email: marcioghizzo@ig.com.br
Esta obra do sociólogo Zygmunt Bauman trata de uma análise de como a sociedade de consumidores eclodiu nas últimas décadas como decorrência da sociedade de produtores. Para o autor, as próprias pessoas se transformaram em mercadorias no intuito de serem aceitas no espaço social por meio das relações humanas e, assim, garantirem sua visibilidade numa sociedade onde, cada vez mais, tudo se torna efêmero.
O livro é dividido em quatro capítulos, mais a introdução. Nesta, o autor aborda o que ele denomina de “o segredo mais bem guardado da sociedade de consumidores”, ou seja, como a sociedade de produtores transformou-se em sociedade de consumidores. Inicia apresentando aspectos da atualidade onde sites de redes influenciam, principalmente, a vida dos mais jovens, expondo seus perfis para relacionamentos on-line, numa situação onde as pessoas se despem e expõem seu físico, seu psíquico e seu social para não serem rejeitados pela sociedade. Assim, as pessoas se transformam em mercadorias como se quisessem “se vender”, uma espécie de autopromoção por meio do consumo que as torna atraentes e desejadas. Desta forma, ao mesmo tempo em que promovem as mercadorias, também são promovidas por elas. Para Bauman, na
Revista Percurso- NEMO
ISSN: 2177-3300 (on-line)
Maringá, v. 2, n. 2 , p. 209-212, 2010
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GHIZZO, Márcio R.
década de 1920 iniciou-se a transformação da sociedade de produtores em sociedade de consumidores, concluída nos anos 1970 e condicionada pela comodificação e recomodificação do capital e do trabalho, envolvendo desregulamentações e privatizações contínuas e profundas. A recomodificação do trabalho foi favorecida ainda