Exemplo de resenha crítica
BAUMAN, Zygmunt. Tempos Líquidos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007, 119p.
Respeitado sociólogo da atualidade, Zygmund Bauman é professor emérito de sociologia das universidades de Leeds e Varsóvia, e autor de diversas obras publicadas como, Modernidade e Ambivalência, Modernidade Líquida e Medo Líquido, Amor Líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Em Tempos Líquidos, o autor atesta a ambivalência, a incerteza e o medo contemporâneos, seus usos e funções na dinâmica social do mundo “líquido-moderno”, que promovem a existência de transformações profundas e sem precedentes na sociedade, com implicações diretas na vida dos indivíduos e na ordem societal. Para conseguir expor seu pensamento, Bauman divide o texto de seu livro em 5 capítulos: 1) A vida Líquido-Moderna e Seus Medos; 2) A Humanidade em Movimento; 3) Estado, Democracia e a Administração dos Medos; 4) Fora de Alcance Juntos e 5) A utopia na era da incerteza.
No primeiro, dos cinco capítulos que compõe a obra, intitulado A vida Líquido-Moderna e Seus Medos, Bauman retoma a sabedoria dos antigos que associa a paz à justiça para caracterizar, pela ausência desses valores e a perda dessa associação nos tempos atuais, as raízes morais dos males que nos assolam no presente tempo, sintetizados pelo medo, pela insegurança e pela completa falta de controle e previsibilidade quanto a esta realidade e, mais especificamente, quanto à superação dos problemas decorrentes, nesse sentido.
Coloca na base desse contexto o que ele denominou de “globalização negativa”, definida por um tipo de “sociedade aberta”, em que tudo o que acontece nos mais longínquos espaços não escapa ao nosso conhecimento, nem deixa de atingir diretamente a vida social e individual. O negativo da globalização está mais especificamente no caráter seletivo do comércio e do capital, da vigilância e da informação, da violência e das armas, do crime e do terrorismo, em proporções que ultrapassam as fronteiras