Resenha “vinte anos de crise”, carr
Dessa forma, Carr critica à Liga das Nações, pois esta se tornou utópica, visto que ela tinha um discurso moral que fugia da visão realista, ou seja, a conjuntura internacional ia contra o seu discurso moral. A liga das nações afirmava que trataria todos os membros como iguais, no entanto, garantiu às grandes potências maioria no Conselho da Liga.
Com o passar dos anos, tornou-se cada vez mais visível a distância entre teoria e prática do que era decidido na liga das nações, pois ela parte do pressuposto de que há um interesse comum, que as nações agem de forma racional e que não só levam em conta a opinião pública nas suas decisões, como também as tem como corretas. No entanto, para Carr é impossível que se acredite na opinião pública, porque se dentro de uma nação ela já não funciona bem, uma opinião pública internacional seria muito mais complicada.
O autor aplica o fracasso da Liga das Nações não à tolice dos homens que não fizeram com que ela funcionasse como muitos especialistas acreditavam, pelo contrário, a sua ruína se deu pela falência dos postulados liberais nos quais ela estava baseada, ou seja, os próprios princípios eram falsos e inaplicáveis.
Quanto à questão de por que o indivíduo deve submeter-se a outro, Carr, segundo a sua visão realista, mostra que ele deve submeter-se porque caso contrário o mais forte o obrigará; e os resultados desta ação compulsória são muito mais desagradáveis do que os da submissão voluntária, assim ele comprova que ter poder é ter direito.
Dessa forma, ele contraria a visão utópica, a qual sustenta que o mais elevado interesse do indivíduo e o mais elevado interesse da comunidade naturalmente coincidem. Quando na verdade, os interesses dos mais fracos cedem lugar aos interesses do mais forte, não havendo então, a harmonia de interesses que tem como doutrina a ideia de que promovendo