Resenha - Teorias do Jornalismo: porque as notícias são como são

HÁ MAIS TEORIAS DO QUE SE PENSA
Pesquisador português Nelson Traquina investiga um lado que poucos jornalistas conhecem – e gostam – de sua profissão, as teorias sobre a prática do fazer notícias Em seu livro “Teorias do Jornalismo: porque as notícias são como são” o pesquisador português Nelson Traquina debruça-se de forma detalhada sobre as pesquisas realizadas em torno da comunicação midiática noticiosa do século XX. Em especial no capítulo “Teorias das notícias: o estudo do jornalismo no século XX”, Traquina discorre brevemente sobre as tendências em pesquisa jornalística desde a década de 50 à década de 90, para então adentrar em um aspecto fundamental: a discussão sobre os valores-notícia. Grande responsável por muitos estudos e desenvolvimento de teorias na comunicação.
O autor fará questão de explicar todas as teorias desenvolvidas no século passado. Iniciando com a mais antiga delas e também mais arraigada até nos dias de hoje: a teoria do espelho. Nessa teoria, acredita-se que as notícias se apresentam para a população da forma como estas são na realidade. Parte-se do princípio de que o jornalista é um profissional livre de opiniões e julgamentos em seu trabalho de fazer a notícia. Considerada pobre e insuficiente pelos pesquisadores, a teoria do espelho é colocada em dúvida frequentemente, porém mantém-se ativa no conhecimento popular. Afinal, esta teoria foi responsável por criar o conceito de legitimidade e credibilidade na figura do jornalista entre a população.
Na direção contrária à teoria do espelho, encontra-se a teoria do gatekeeper. Acredita-se que o jornalista é o responsável pela seleção de assuntos que se tornarão notícia e o formato no qual eles se apresentarão. Como um “guardião de portões”, o jornalista faz análises subjetivas baseadas em seu juízo de valor sobre quais notícias passarão pelos “portões” editoriais. Aquela notícia que superar limite de espaço, tempo e “importância”, por exemplo, será publicada.
Percebe-se que há